FÁBIO & LAURA

PROF. DR. FÁBIO CÉSAR DA FONSECA
Candidato a Reitor

“Sou o Fábio César da Fonseca. Sou casado e tenho uma filha de 18 anos. Nasci em Passos, sudoeste de Minas Gerais, em 1963. Meus pais, de origem simples e camponesa, tornaram-se comerciantes e assim trabalharam até se aposentarem. Hoje, depois dos 70 anos, ainda se dedicam a algumas atividades comerciais. Somos 4 irmãos, sendo eu o mais velho. Um é médico veterinário; outro advogado; e o mais novo é professor, jornalista e padre da Igreja Católica.

Tivemos uma educação marcada por uma forte influência do cristianismo. Vejo a religião como um fator importante na vida e na nossa conduta. Mas, acho que temos que desenvolver a capacidade de olhar criticamente para história das religiões e considerar e defender a religião que constrói o humano, que luta pela justiça e, portanto, por uma sociedade mais igualitária e feliz. Sobre religião, li bastante o Rubem Alves durante uma fase da minha vida: O que é religião; O Enigma da religião; Variações sobre a vida e a morte; Dogmatismo e tolerância; O suspiro dos oprimidos, entre outros.

A influência religiosa pesou na minha decisão em estudar no seminário. Foi assim que concluí os estudos em Filosofia no ano de 1985 em Aparecida, SP. Parte dos estudos foi realizada na Arquidiocese de São Paulo, que então se encontrava sob a liderança de Dom Paulo Evaristo Arns.

Tive a felicidade e o privilégio de conhecer e ou de ler obras de vários teólogos da libertação, como Leonardo Boff, Gustavo Gutierrez, João Batista Libânio, Frei Betto e Jon Sobrinho. Também o próprio Dom Paulo, Dom Helder Câmara e Dom Pedro Casaldáliga. Assim, foi que li livros como Teologia do cativeiro e da libertação; Beber no próprio poço; Igreja: carisma e poder; Nicarágua: combate e profecia; Teologia da libertação; Batismo de sangue: os dominicanos e a morte de Carlos Marighella; O canto na fogueira; Jesus Cristo Libertador, entre outros.

Fiz pastoral em hospital, acompanhando técnicos, médicos e conversando com pacientes; em favelas, acompanhando a luta do povo por moradia, saneamento básico, água tratada, emprego e salários; na zona rural, com as famílias de camponeses que lidam com as dificuldades no campo. Nunca me esqueço de uma frase de Dom Pedro Casaldáliga: “No seio de Maria Deus se fez homem e, na oficina de Belém, se fez classe.”

Não tenho problema em falar da religião e de sua influência na minha vida, principalmente do cristianismo. Aprendi e aprendo muito com ela. Aprendi a respeitar a diversidade religiosa, a importância da tolerância e a defender o ecumenismo. Aprendi a respeitar os que não têm crenças nem fé. E também sou daqueles que defendem que a ética cristã tem um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna. Fiquei admirado quando, há um tempo, no programa Roda Viva da TV Cultura, o Chico de Oliveira, um dos maiores sociólogos do nosso país e do mundo, afirmou que ele é ideologicamente marxista e eticamente cristão.

Depois que saí do seminário, no início de 1986, trabalhei com os meus pais no comércio e cursei Ciências Sociais na Faculdade de Filosofia de Passos. Depois, durante um tempo, trabalhei em Belo Horizonte com a população de rua e com os catadores de materiais recicláveis, na assessoria e organização de uma cooperativa de catadores. Numa das ocasiões do trabalho em Belo Horizonte, agora alguns anos depois, com projetos financiados por entidades católicas europeias, frequentei por meses favelas em BH acompanhando construções e reformas de casas em áreas de risco.

No final da década de 1980 participei da fundação do Partido dos Trabalhadores, PT, de Passos, MG. Fiquei como presidente do PT de Passos entre 1993 e 1995, ano em que me desfilei do partido. Pouco tempo depois me filiei no Partido Socialismo e Liberdade - PSOL, no qual permaneço filiado até hoje. Como não sou dogmático, vejo a política como um fator importante e determinante, por meio do diálogo aberto, transparente e respeitoso, dos rumos da organização, da estruturação e do funcionamento da sociedade, da economia, do trabalho, da educação, da saúde, do transporte, do meio ambiente e das instituições.

No começo da década de 1990, a economia brasileira começou a sofrer os impactos do plano Collor, com a liberação fiscal e financeira e medidas de combate à inflação. A atividade comercial dos meus pais foi abalada, o que os levou a abandonar o comércio e a arrendar uma gleba de terra. Fui para o campo com o meu pai. Durante 2 anos trabalhei na ordenha de leite, no plantio de arroz, de feijão, de legumes e de verduras. O trabalho no campo me ensinou muito a respeitar a natureza e a admirar ainda mais as coisas simples da vida.

Nessa época, a Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais realizou um concurso para professor de Geografia no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Prestei os dois concursos para o Fundamental e o Médio. Aprovado em ambos, comecei a lecionar em colégios estaduais no centro e na periferia de Passos. Também fui professor da rede privada de Ensino Fundamental e Médio e de cursinho pré-vestibular. Isso durante 4 anos.

Em 1996, resolvi participar da seleção para o mestrado em Desenvolvimento Econômico na UFU. Fui aprovado e defendi a minha dissertação, intitulada A ontologia do trabalho e a ideologia do progresso técnico-científico, em 1999. Em 1998, fui aprovado em um concurso para professor na Fundação de Ensino Superior de Passos, MG, associada à Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), onde trabalhei até meados de 2009.

No início de 2000, passei a lecionar na Faculdade de Ciências Econômicas de Guaxupé, MG, transformada, pouco tempo depois, no Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé (UNIFEG), onde permaneci até o final de 2008. Trabalhei com disciplinas como História do Pensamento Econômico, Sociologia, Sociologia do Direito, Economia, Saúde e Sociedade, Economia do Setor Público, História moderna e contemporânea, entre outras.

No UNIFEG, fui coordenador do Programa de Iniciação Científica. Na FESP/UEMG, fui chefe do Departamento de Disciplinas Fundamentais no curso de Direito e coordenador do Curso de História. Entre 2005 e 2009 cursei o doutorado em Sociologia na UNESP, campus de Araraquara, SP. Fiz quase todo o doutorado trabalhando em duas faculdades. Defendi a minha tese, intitulada A sociologia econômica e os dilemas do sistema do capital, em dezembro de 2009, já como professor com Dedicação Exclusiva da Universidade Federal do Triângulo Mineiro.

Prestei o concurso para professor do Ciclo Comum dos cursos de Licenciatura e de Serviço Social da UFTM no final de 2008. Tomei posse em junho de 2009. Na UFTM tenho trabalhado com unidades temáticas e disciplinas como Homem, Sociedade e Cultura, Trabalho e Sociabilidade e Ciência Política. Em 2010 tive um projeto para criação de um grupo PET aprovado pelo MEC.

Assim, do final de 2010 até os dias atuais o nosso PET tem trabalhado, no ensino, com a leitura e discussão de obras clássicas e contemporâneas de pensadores como Aristóteles, Maquiavel, Hobbes, Rousseau, Locke, Marx, Mészáros, Sérgio Buarque de Holanda, Caio Prado Junior, Gilberto Freyre, Raymundo Faoro, entre outros. Temos trabalhado obras como Raízes do Brasil; Histórica econômica do Brasil; Casa Grande e Senzala; Os donos do poder; O príncipe; Política; Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, entre outras. Na pesquisa, nos dedicamos à compreensão do trabalho e da vida dos catadores de materiais recicláveis de Uberaba, MG.

Na extensão, trabalhamos com um projeto de implantação de coleta seletiva na cidade de Uberaba, com a inclusão social e produtiva dos catadores. Este projeto é coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Uberaba, conta com os apoios do Centro Mineiro de Referência em Resíduos e do Ministério Público Estadual, e, principalmente, com a participação direta dos catadores e da Cooperativa dos Recolhedores Autônomos de Resíduos Sólidos e Materiais Recicláveis de Uberaba.

No final de 2011 fui eleito para a direção do IELACHS - Instituto de Educação, Letras, Artes, Ciências Humanas e Sociais, um dos 5 Institutos que compõem a UFTM. Em 2013 fui reeleito, função em que permaneço até os dias atuais, também ministrando aulas de Sociologia, Ciência Política, e Trabalho e Sociabilidade, e tutorando o PET Conexões de Saberes Licenciaturas e Serviço Social.”


PROFª DRª MARIA LAURA PINTO RODRIGUES
Candidata a Vice-Reitora

“Minha trajetória começou quando fiz a opção de ser docente. Não sei se por uma inclinação pessoal ou por vivenciar esta profissão dentro da família. Por isto escolhi como formação a Licenciatura em Ciências Biológicas.

Durante a graduação deparei-me com a pesquisa. Novos horizontes, inúmeras perspectivas, um mundo sem fronteiras. Esta descoberta, entretanto, não conseguiu colocar em segundo plano o ensino, sendo muito mais uma aliada. Neste caminho, a qualificação sempre foi, é e será uma necessidade. Assim, busquei novos rumos. E nesta busca obtive um título de mestre em Ciências, na área de Morfologia e um título de doutora em Ciências, na área de Biologia Celular e Molecular.

Neste meio tempo, tornei-me docente da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. Então ensinar se tornou uma realidade. E a Embriologia parte da minha vida.

Ao longo da minha carreira, iniciada nesta Universidade no ano de 1993, participei de atividades de ensino, de pesquisa, de extensão e também de atividades administrativas. Atualmente sou Diretora do Instituto de Ciências Biológicas e Naturais.

Hoje percebo que fiz a melhor opção, pois na Universidade me realizei, e com o passar do tempo, ensinar se concretizou como uma grande certeza e como uma das tarefas mais gratificantes da minha vida acadêmica, realizada com alma, com motivação, com vontade, por prazer.”